É engraçado, mas nós, mulheres estamos, desde sempre, em função dos nossos cabelos. Quer seja para se queixar, quer seja para mudar, quer seja para melhorar. Sou uma pessoa que necessita de mudanças constantes, de algo novo e me canso das coisas muito rápido. Logo, eu sou uma cliente assídua no salão de beleza. Tive uma grande mudança a dois anos atrás, entrei loira, com os cabelos compridos e sai morena de cabelos curtos (chanel).
As mulheres, em sua maioria, tem este tipo de atitude quando acabam uma relação, vão viajar, vão mudar profissionalmente, ou seja, quase sempre a mudança no cabelo significa uma mudança na vida feminina. Ao contrário do que a "regra" diz, eu mudei porque fui inspirada por um filme.
Sim! Um filme! Sempre eles na minha vida, marcando, sugestionando, resolvendo, fazendo pensar. É um filme bem conhecido, "O Advogado do Diabo", aonde a lindíssima Charlize Theron aparece loira, de cabelos medianos e encaracolados e depois resolve escurecer para um tom de ruivo e com corte chanel. Fiquei completamente doente pela cor e pelo corte. Sim, eu que sou fanática por mudanças, como que não ia ficar radiante? Cortei como o dela, só não mantive a cor, optei pelo castanho. Depois me arrependi, quis os meus cabelos compridos de volta. Hoje em dia não me vejo mais com aqueles cabelos que representam meus 15 anos e toda uma bagagem de lembranças sem fim. Não sou carioca, não sou tradicional, não sou do funk, não sou cuidadosa, sou ansiosa e vivo numa constante mutação, logo, cabelos compridos não "combinam" comigo. Nada do que eu gosto, do que eu faço, do que me identifico, fazem qualquer relação com melenas a la Rapunzel. Esta semana fiz uma mudança leve, cortei uma franja e cortei um bom pedaço do comprimento. Eu ainda estou me acostumando com a franja e com todo o trabalho que ela me dá, porém, agora dá pra deixar secar ao natural e só dar um jeitinho nela, sem secadores, sem chapinha, a cara do verão e a minha cara também. Afinal, nada que dê trabalho, que demore, que seja arrumadinho demais vem a combinar comigo.
Já escrevi um post sobre mudanças aqui e pelo visto ainda estou neste ciclo. É ótimo mudar o cabelo, o visual, o jeito de falar, o jeito de se comunicar, rever os seus conceitos e preconceitos. Eu fiz tudo isso desde aquele post até aqui, até hoje, e o que tenho a declarar é que não importa o quanto mais eu vá mudar ou as coisas e pessoas que me rodeiam, não importa o que mais possa mudar e nem até quando essas mudanças vão ir, mas estou amando o caminho que elas estão me levando.
A cada dia que passa me sinto mais leve, mais feliz, mais realizada, com mais determinação para seguir a minha dieta, para estudar, para ler, para escrever. Não importa o que mudou, nem o que pode mudar, o que importa é esta sensação de felicidade que mora dentro de mim. Eu devo isso à essas mudanças, às pessoas que eu amo, às que eu aprendi a amar e às que eu insisti em não ver que amava.
"Mas eu tô querendo, querendo trabalhar meu lado sensibilidade. Agora eu quero só você pra gostar de verdade." - Júpiter Maçã (05.11.09)